Otherwise don't even start.
This could mean losing girlfriends, wives, relatives, jobs.
And maybe your mind.
It could mean not eating for three or four days.
It could mean freezing on a park bench.
It could mean jail. It could mean derision.
It could mean mockery, isolation.
Isolation is the gift.
All the others are a test of your endurance.
Of how much you really want to do it.
And you'll do it, despite rejection in the worst odds.
And it will be better than anything else you can imagine.
If you're going to try, go all the way.
There is no other feeling like that.
You will be alone with the gods.
And the nights will flame with fire.
You will ride life straight to perfect laughter.
It's the only good fight there is.
Charles Bukowski
Showing posts with label poem. Show all posts
Showing posts with label poem. Show all posts
Sunday, August 03, 2008
Thursday, April 03, 2008
William S. Burrough's last words
Thinking is not enough.
Nothing is. There is no final enough of wisdom, experience -- any fucking thing. No Holy Grail, no Final Satori, no final solution. Just conflict.
Only thing can resolve conflict is love, like I felt for Fletch and Ruski, Spooner and Calico. Pure love.
What I feel for my cats present and past.
Love? What is It?
Most natural painkiller what there is.
LOVE.
Nothing is. There is no final enough of wisdom, experience -- any fucking thing. No Holy Grail, no Final Satori, no final solution. Just conflict.
Only thing can resolve conflict is love, like I felt for Fletch and Ruski, Spooner and Calico. Pure love.
What I feel for my cats present and past.
Love? What is It?
Most natural painkiller what there is.
LOVE.
Friday, February 22, 2008
Esta é a Cidade
Esta é a Cidade, e é bela.
Pela ocular da janela
foco o sémen da rua.
Um formigueiro se agita,
se esgueira, freme, crepita,
ziguezagueia e flutua.
Freme como a sede bebe
numa avidez de garganta,
como um cavalo se espanta
ou como um ventre concebe.
Treme e freme, freme e treme,
friorento voo de libélula
sobre o charco imundo e estreme.
Barco de incógnito leme
cada homem, cada célula.
É como um tecido orgânico
que não seca nem coagula,
que a si mesmo se estimula
e vai, num medido pânico.
Aperfeiçoo a focagem.
Olho imagem por imagem
numa comoção crescente.
Enchem-se-me os olhos de água.
Tanto sonho! Tanta mágoa!
Tanta coisa! Tanta gente!
São automóveis, lambretas,
motos, vespas, bicicletas,
carros, carrinhos, carretas,
e gente, sempre mais gente,
gente, gente, gente, gente,
num tumulto permanente
que não cansa nem descança,
um rio que no mar se lança
em caudalosa corrente.
Tanto sonho! Tanta esperança!
Tanta mágoa! Tanta gente!
António Gedeão
Friday, November 24, 2006
As Palavras
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam;
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
In Coração do dia.
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam;
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
In Coração do dia.
Monday, November 06, 2006
boys have expensive toys
We turn our shirts inside-out
running until our breath gets lost.
We place our guns side-by-side and laugh,
laugh away ridiculous tension that was not supposed to be there.
Aiming and shooting like men
just to see ammo vanishing in the air.
We play tricks on tedium as if fear never existed,
as if time was playing on our side.
We keep an eye on each other and
photograph our bodies morphing into something different.
One day there won't be verbs.
Quietness will be absolute and beauty will be home.
to Wim de Jonge.
running until our breath gets lost.
We place our guns side-by-side and laugh,
laugh away ridiculous tension that was not supposed to be there.
Aiming and shooting like men
just to see ammo vanishing in the air.
We play tricks on tedium as if fear never existed,
as if time was playing on our side.
We keep an eye on each other and
photograph our bodies morphing into something different.
One day there won't be verbs.
Quietness will be absolute and beauty will be home.
to Wim de Jonge.
Monday, January 30, 2006
Ácidos e óxidos
É uma coisa estranha este verão
E no entanto ia jurar que estive aqui
Não me dói nada, não. A tia como está?
Claro que vale a pena, por que não?
Sim, sou eu, devo sem dúvida ser eu
Podem contar comigo, eu tenho uma doutrina
Não é bonito o mar, as ondas, tudo isto?
Até já soube formas de o dizer de outra maneira
Há coisas importantes, umas mais que outras
Basta limpar os pés alheios à entrada
e só mandarmos nós neste templo de nada
E o orgulho é a nossa verdadeira casa
Nesta altura do ano quando o vento sopra
sobre os nossos dias, sabes quem gostava de ser?
Não, cargos ou honras, não. Um simples gato ao sol,
talvez uma maneira ou um sentido para as coisas
Ó dias encobertos de verão no meu país perdido
mais certos do que o sol consumido nos charcos no inverno,
estas ou outras formas de morrermos dia a dia
como quem cumpre escrupulosamente o seu horário de trabalho
Não eras tu, nem isto, nem aqui. Mas está bem,
estou pelos ajustes porque sei que não há mais
Pode ser que me engane, pode ser que seja eu
e no entanto estou de pé, rebolo-me no sol,
sou filho desta terra e vou fazendo anos
pois não se pode estar sem fazer nada
Curriculum atestado testemunho opinião...
que importa, se o verão mesmo é uma certa estação?
Escolhe inscreve-te pertence, não concordas
que há cores mais bonitas do que outras?
Sou homem de palavra e hei-de cumprir tudo
hão-de encontrar coerência em cada gesto meu
Ser isto e não aquilo, amar perdidamente
alguém alguma coisa as cláusulas do pacto
Isto ou aquilo, ou ele ou eu, sem mais hesitações
Estar aqui no verão não é tomar uma atitude? A mínima palavra não será como prestar
em certo tipo de papel qualquer declaração ?
Há fórmulas, bem sei, e é preciso respeitá-las
como o gato que cumpre o seu devido sol
São horas, vamos lá, sorri, já as primeiras chuvas
levam ou lavam corpos caras
Sabemos que podemos bem contar contigo em tudo
Amanhã, neste lugar, sob este sol
e de aqui a um ano ? Combinado
Não achas que a esplanada é uma pequena pátria
a que somos fiéis? Sentamo-nos aqui como quem nasce
Será verdade que não tens ninguém?
Onde é o teu refúgio, ó sítio de silêncio
e sofrimento indivisível ? É necessário
Vais assim. Falam de ti e ficas nas palavras
fixo, imóvel, dito para sempre, reduzido
a um número. Curriculum cadastro vizinhança
Acreditas no verão ? Terás licença ? Diz-me:
seria isto, nada mais que isto?
Tens um nome, bem sei. Se é ele que te reduz,
aí é o inferno e não achas saída
Precário, provisório é o teu nome
Lobos de sono atrás de ti nesses dez anos
que nunca conseguiste e muito menos hoje
Espingardas e uivos e regressos, um regaço
redondo - o único verdadeiro espaço, o
sabor de não estar só, natal antigo,
o sol de inverno sobre as águas, tudo novo,
a inspecção minuciosa de paúis, de cômoros, marachas
Viste noites e dias, estações, partidas
E tão terrível tudo, porque tudo
trazia no princípio o fim de tudo
A morte é a promessa: estar todo num lugar,
permanecer na transparência rápida do ser
E perguntar será para ti responder
Simples questão de tempo és e a certas circunstâncias de lugar
circunscreves o corpo. Sentas-te, levantas-te
e o sol bate por vezes nessa fronte aonde o pensamento-
que ao dominar-te deixa que domines - mora
Estás e nunca estás e o vento vem e vergas
e há também a chuva e por vezes molhas-te,
aceitas servidões quotidianas, vais de aqui para ali,
animas-te, esmoreces, há os outros, morres
Mas quando foi ? Aonde te doía ? Dividias-te
entre o fim do verão e a renda da casa
Que fica dos teus passos dados e perdidos
Horário de trabalho, uma família, o telefone, a carta,
o riso que resulta de seres vítima de olhares
Que resto dás ? Ou porventura deixas algum rasto?
E assim e assado sofro tanto tempo gasto
Ruy Belo
Subscribe to:
Posts (Atom)